Voltar a escrever é como rever um velho amigo. Tu só realmente sente falta quando volta a vê-los. Depois que você se dá conta, tudo o que você quer fazer é passar horas com ele. Um livro é um velho amante, a escrita é um velho amigo. Tente viver sem algum dos dois depois de descobrir o vazio que fica.
Quase como pegar no sono. A magia está no momento em que se cruza o limite.
addenda ad ostium (perfecta)
20110616
20110615
a porta 19
O interruptor trancou de novo, mas o quarto não era mais o mesmo. Era mais simples, porém mais velho. A luz que se infiltrava era a mesma branca e fria, só que não trazia o cheiro e o barulho do mar. O chão estava longe do parapeito da janela, mas o quarto era de madeira mesmo assim.
Uma mesa, uma cadeira e talvez uma porta não encontrada. Em cima da mesa, só uma folha simples, pautada. Uma caneta preta, e talvez um cinzeiro de histórias não escritas. Ele sentia falta de todas elas. Quadros nas paredes. Fotos, cartas, inscrições. O sorriso dela no maior, congelado pra sempre naquela beleza. Mas nenhum era grande. A madeira tomava conta da maioria nua das paredes.
A cadeira rangeu por cima do chão de tábuas quando ele arrastou a cadeira para trás. Simples como o resto, mas infinitamente familiar. A caneta com tinta de todos os sentimentos estava parada, convidativa. O papel inclinado no ângulo conhecido. A espada e o escudo que ele sempre precisou para encarar qualquer turbilhão. E só de saber que alguns turbilhões poderiam derrubar todas as paredes de madeira e desestruturar definitivamente cada uma arduamente construída.
Seria fácil? Ele nem sabia, mas tudo começava assim. Uma dúvida, uma ideia, uma linha e um ponto. Às vezes isso era tudo que precisava para mudar as coisas.
Com um suspiro, ele levantou a caneta e encostou na página, sentindo todas as peças a sua volta caíndo ao seu desejo.
Uma mesa, uma cadeira e talvez uma porta não encontrada. Em cima da mesa, só uma folha simples, pautada. Uma caneta preta, e talvez um cinzeiro de histórias não escritas. Ele sentia falta de todas elas. Quadros nas paredes. Fotos, cartas, inscrições. O sorriso dela no maior, congelado pra sempre naquela beleza. Mas nenhum era grande. A madeira tomava conta da maioria nua das paredes.
A cadeira rangeu por cima do chão de tábuas quando ele arrastou a cadeira para trás. Simples como o resto, mas infinitamente familiar. A caneta com tinta de todos os sentimentos estava parada, convidativa. O papel inclinado no ângulo conhecido. A espada e o escudo que ele sempre precisou para encarar qualquer turbilhão. E só de saber que alguns turbilhões poderiam derrubar todas as paredes de madeira e desestruturar definitivamente cada uma arduamente construída.
Seria fácil? Ele nem sabia, mas tudo começava assim. Uma dúvida, uma ideia, uma linha e um ponto. Às vezes isso era tudo que precisava para mudar as coisas.
Com um suspiro, ele levantou a caneta e encostou na página, sentindo todas as peças a sua volta caíndo ao seu desejo.
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